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Dr. Rafael da Luz Boeno
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Tratamento de Tumores do Aparelho Urinário

Câncer de próstata
Ninguém sabe exatamente o que causa o câncer de próstata. No entanto, sabe-se que alguns fatores de risco fazem com que certos homens tenham mais chance do que outros de desenvolvê-la.
O câncer de próstata é o tumor maligno mais comum do homem e estima-se nos Estados Unidos que na média um em cada seis homens irão desenvolver a doença.
Idade – Idade é o fator mais importante, sendo incomum antes dos 45 anos e mais comum após os 60.
História familiar – Se um parente de primeiro grau (pai ou irmão) já desenvolveu a doença, o risco é maior.
Raça – Acredita-se que a questão racial possa ser importante no desenvolvimento do câncer de próstata. Nos Estados Unidos, a doença é mais comum entre negros. Mas isso não se repete necessariamente em outros países, nos quais há grupos descendentes de tribos africanas de diferentes etnias. No Oriente, de forma geral, é menos frequente. No entanto, essa baixa incidência pode não ter exclusivamente o fator racial como justificativa, já que orientais que migram para o Ocidente e adquirem hábitos locais, apresentam risco de câncer de próstata progressivamente maior nas gerações subsequentes.
Dieta – Alguns estudos sugerem que o câncer de próstata está relacionado à dieta rica em carne e gordura animal, enquanto que a dieta rica em frutas e vegetais poderia ser um fator protetor. Condições como crescimento benigno da próstata, obesidade, tabagismo, ter realizado vasectomia, uma infecção viral da próstata e a falta de exercícios físicos NÃO são considerados fatores de risco.
Detecção precoce – Como o câncer de próstata localizado ou em estágio inicial normalmente não causa sintomas, deve-se tentar descobrir a doença antes de os sintomas aparecerem. Para isso, preconiza-se a realização do exame da próstata pelo toque retal. A coleta de um exame de sangue, o PSA (sigla em inglês para antígeno prostático específico) é um marcador importante para o câncer de próstata. A detecção precoce está vinculada a uma perspectiva melhor da eliminação total do tumor. As diretrizes americanas sugerem que homens a partir dos 50 anos de idade procurem o urologista para investigar a saúde da glândula. Para aqueles com histórico de câncer na família recomenda-se aos 45 anos.
Exame de toque – Também conhecido por exame digital da próstata pelo reto, é realizado pelo médico para identificar áreas endurecidas na próstata e outras alterações que podem levá-lo a suspeitar de câncer. Dura poucos segundos e é indolor.
PSA – É mensurado no sangue e utilizado como marcador do câncer de próstata, sugerindo a presença da doença principalmente quando o valor total está maior que 2,5 ng/ml. No entanto, pode aumentar em outras doenças da próstata, como no crescimento benigno e na prostatite (infecção e inflamação da próstata). Existem outras frações do PSA (livre e ligadas a outras moléculas) e outros parâmetros que podem ajudar o médico a suspeitar de um eventual câncer de próstata, como a velocidade de crescimento do PSA (quanto que aumenta de ano para ano), a densidade do PSA (relação do resultado do exame com o tamanho da próstata) e o PSA esperado para a idade.
Sintomas – A maior parte dos homens com câncer de próstata inicial não tem sintomas. O desconforto para urinar ou a presença de sangue na urina ou no esperma são mais relacionados ao crescimento benigno da próstata ou prostatite. Uma avaliação urológica muitas vezes é necessária para esclarecer a real origem desses sintomas.
Diagnóstico – O câncer de próstata localizado não aparece na maior parte dos exames de imagem como ultrassom e tomografia, a ressonância magnética teve uma grande avanço com a utilização da Multiparamétrica e ela pode sugerir áreas mais suspeitas de Câncer. No entanto, o diagnóstico é feito através de biópsia (retirada de pequenos fragmentos por agulha fina introduzida pelo reto) guiada por ultrassom e feita com sedação. Os fragmentos removidos são analisados por um médico patologista que evidencia a existência ou não do problema.
Opções de tratamento
Doença localizada – É o estágio que pode oferecer as maiores chances de cura. Existem algumas opções de manejo da doença a serem discutidas:
Cirurgia – É chamada de prostatectomia radical. Consiste na remoção completa da próstata, vesículas seminais e eventualmente dos gânglios linfáticos que possam estar comprometidos. Depois da remoção da glândula, a bexiga é conectada à uretra através de pontos e deixa-se uma sonda que sai pelo orifício do pênis. Esta sonda drena a urina, protege os pontos realizados e permanece após a cirurgia por um tempo que varia de cinco a 10 dias. Na cirurgia, pode-se ou não preservar os nervos responsáveis pela ereção que passam muito perto da próstata e isso depende principalmente das condições locais, principalmente da suspeita de invasão dos nervos pelo tumor. A cirurgia pode ser feita por três vias distintas: a via aberta convencional, a via laparoscópica ou a via Robótica.
As vantagens e desvantagens de cada uma devem ser discutidas com o urologista.
Radioterapia – Consiste na aplicação de radiações direcionada para a próstata. Pode ser feita por radiação externa (conformacional 3-D e com intensidade modulada – IMRT Intensity Modulated Radiation Therapy) ou por implante de sementes radioativas (braquiterapia) na próstata, que é feito sob anestesia.
Doença localmente avançada – Quando o tumor ultrapassa os limites da glândula, existem algumas possibilidades de tratamento a serem consideradas e discutidas, como o bloqueio do hormônio masculino por um período prévio, concomitante ou posterior à realização de cirurgia ou da radioterapia.
Doença metastática – Quando se identifica locais de disseminação do tumor para outros órgãos, como nos ossos, por exemplo, o tratamento pode ser o bloqueio do hormônio masculino (testosterona). As células malignas na próstata crescem estimuladas pela testosterona e o bloqueio desse hormônio pode fazer com que o tumor em qualquer local do corpo regrida e fique latente. Existem várias formas de realizar o bloqueio do hormônio e o procedimento a ser adotado, bem como seus possíveis efeitos colaterais, deve ser discutido com o médico. Quando a doença já não responde à hormonioterapia, a quimioterapia atual é eficaz no tratamento de sintomas e no aumento da expectativa de vida dos pacientes com câncer de próstata.
Câncer de Rim
O câncer de rim é o terceiro mais frequente do aparelho genitourinário e representa aproximadamente 3% das doenças malignas do adulto. O câncer de rim é também conhecido como hipernefroma ou adenocarcinoma renal. O mais frequente é o câncer renal de células claras, sendo responsável por 85% dos tumores diagnosticados.
O câncer de rim geralmente acomete indivíduos entre os 50 e 70 anos de idade, sendo duas vezes mais frequente nos homens que nas mulheres.
Aproximadamente 54% dos tumores renais diagnosticados hoje estão confinados ao rim, 20% são localmente avançados (acometendo gânglios regionais próximos ao rim) e 25% já apresentam metástases da doença, principalmente para os pulmões, fígado e ossos.
São conhecidos alguns fatores de risco para o câncer renal, dentre eles:
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Tabagismo.
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Obesidade.
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Hipertensão.
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História familiar da doença.
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Doença de Von Hippel-Lindau e diálise.
Diagnóstico
De 6% a 10% dos pacientes apresentam dor no flanco, sangue na urina e massa abdominal palpável. No entanto, a forma mais frequente de diagnóstico são os achados incidentais em exames de rotina como a ultrassonografia do abdômen.
O diagnóstico definitivo da doença é feito por meio da ultra-sonografia e da tomografia computadorizada do abdômen.
A tomografia, além de fazer o diagnóstico da doença, é bastante útil no seu estadiamento (verificação da extensão para outros órgãos) e no planejamento da terapêutica mais adequada.
A biópsia renal pré-operatória normalmente não é realizada, e só é necessária em situações excepcionais, a fim de se diferenciar lesões malignas de benignas, as quais não necessitariam de tratamento.
Os fatores prognósticos mais importantes em câncer de rim, que auxiliam no planejamento terapêutico e no seguimento da doença, são:
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Estágio clínico.
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Obesidade.
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Graduação histológica (grau de Fuhrman).
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Tipo histológico.
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Estado clínico do paciente ("performance status").
Tratamento
A cirurgia é o único tratamento curativo definitivo para o câncer de rim. A nefrectomia radical, ou seja, a retirada em bloco do rim com seus revestimentos (fascia de gerota), glândula adrenal (somente em grandes tumores ou no pólo superior do rim) e linfonodos regionais é o tratamento tradicional para os tumores do rim com tamanhos maior de 6-7 cm..
No entanto, com a evolução dos meios diagnósticos e os achados cada vez mais precoces de pequenas massas renais, a nefrectomia radical, em boa parte dos casos, não é mais indicada, devendo-se optar pela nefrectomia parcial. Este tipo de tratamento consiste na retirada do tumor com pequena margem de segurança, preservando-se desta forma o restante do parênquima renal.
Os resultados oncológicos da cirurgia parcial são semelhantes ao da nefrectomia radical para casos selecionados de tumores menores que 4 centímetros, menos agressivos, podendo inclusive ser aplicada para tumores maiores desde que em situação anatômica favorável.
A nefrectomia parcial Robótica é um método novo que pode ser aplicado no tratamento do câncer renal oferecendo os mesmos índices de cura da cirurgia aberta com minima morbidade.. Entre as vantagens está o fato de ser um método menos invasivo, com menor morbidade e menor tempo de internação, além da vantagem estética (pequenos furos ao invés da grande cicatriz da cirurgia aberta).
Vale ainda mencionar os métodos de tratamento para o câncer de rim que levam à destruição tumoral por meio do congelamento (crioterapia) ou do calor (radiofrequência) e os métodos minimamente invasivos a partir da utilização de agulhas, indicados em situações especiais.
Nos pacientes que apresentam doença avançada, com metástases à distância, existem formas de tratamento sistêmico com imunoterapia (interferon ou interleucina) ou com o uso de drogas inibidoras da angiogênese. Esses medicamentos, associados ou não ao tratamento cirúrgico, podem levar ao controle e à regressão da doença.
O tumor de rim responde de forma muito ruim aos tratamentos quimioterápicos e à radioterapia. As únicas modalidades que apresentam respostas objetivas comprovadas são a imunoterapia com interferon ou interleucina com respostas modestas e alta toxicidade. Mais recentemente surgiram as drogas inibidoras da angiogênese, que têm demonstrado índices de resposta muito promissores, sendo a principal opção terapêutica nos pacientes com doença metastática.